segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

O Fim do Ateísmo (1)

Resumo: Este artigo busca mostrar o Argumento Cosmológico e aplica-lo mostrando que uma visão teísta é muito superior diante das visões ateístas, panteístas ou pagãs.

Início

   Existem muitas versões do Argumento Cosmológico por ai. Esse que vou descrever se encontra no livro Não tenho fé suficiente para ser ateu, um livro básico que tanto ateus como cristãos que vivem no mundo do debate em torno do tema “Deus existe?” deveriam ler.

   O argumento tem duas premissas e chega a uma conclusão, conforme apresentado abaixo:

       1. Tudo o que teve um começo teve uma causa.
       2. O Universo teve um começo.
       3. Portanto o Universo teve uma causa.

   A primeira premissa pode ser facilmente defendida com a Lei da Causalidade, lei essa que é a base da ciência. Francis Bacon disse certa vez: “O verdadeiro conhecimento só é conhecido pelas causas.”.

   O que o cientista busca em suas pesquisas é descobrir as causas. Por exemplo, Newton descobriu e elaborou a Lei da Gravidade ao pesquisar o que havia causado a queda da maçã. O próprio Mito da Evolução elaborada por Darwin, defendida apaixonadamente por ateus, nada mais é do que uma tentativa de busca de causas. Segundo os evolucionistas a explicação de sermos como somos, passa por um processo darwinista.

   Veja que se você chegar a negar a essa premissa eu simplesmente poderia perguntar: “O que o levou a essa conclusão?”. E seja lá o que for a sua resposta, ela vai estar comprovando a própria premissa. Nem mesmo David Hume negaria esse ponto, pois ele mesmo afirma: “Nunca fiz a tão absurda proposição de que alguma coisa possa surgir sem uma causa “.

    Já a segunda premissa pode ser defendida por diversos pontos, entre eles nós temos a 2ª Lei da Termodinâmica, a Teoria do Big Bang, a Teoria da Relatividade de Einstein, a Geologia e o Argumento Cosmológico de Kalam.

2ª Lei da Termodinâmica

   A Termodinâmica é o estudo da matéria e energia e sua segunda lei diz que o Universo está ficando sem energia utilizável. Juntando com o que sabemos por causa da 1ª Lei da Termodinâmica (que o Universo possui uma quantidade finita de energia), podemos concluir que o Universo não poderia ser eterno, pois caso o fosse ele estaria sem energia.

   A ideia é semelhante a de um carro de tanque cheio em movimento, com o passar do tempo de rodagem o tanque vai esvaziando até que fique sem combustível nenhum e então o veículo simplesmente para.

   A 2ª Lei da Termodinâmica também é conhecida por ser a Lei da Entropia, pois ela também afirma que a natureza tem a tendência de fazer as coisas desordenarem. Isso nos faz questionar caso o Universo fosse eterno: “Por que existe ordem ainda hoje no universo?”

A Teoria do Big Bang

   Primeiro gostaria de lembrar que o argumento não depende desta teoria para se manter em pé, a 2ª Lei da Termodinâmica seria mais do que suficiente. Sei que muitos cristãos não concordam com a teoria em si, por causa de “uma explosão gerar ordem”, mas vale lembrar que nada impede que Deus tenha feito o Universo de um ponto que se expandiu rapidamente.

   Nos anos de 1920 Edwin Hubble descobriu que o Universo estava em expansão o que nos leva ao pensamento de que se pudéssemos “rebobinar a fita” veríamos a matéria retornando a um único ponto.

   Nos anos de 1965 dois grandes cientistas Arno Penzias e Robert Wilson descobriram por acidente um brilho avermelhado, ou a hoje conhecida Radiação Cósmica de Fundo, que teria como explicação de sua existência apenas o Big Bang.

   Para confirmar a Teoria do Big Bang deveríamos achar as ondulações da Radiação Cósmica de Fundo e no ano de 1898 a NASA enviou o satélite COBE justamente para procurar essas ondulações. O satélite obteve sucesso e mais, mostrou que a expansão é precisamente calculada de modo a proporcionar a existência de galáxias e não permitir o Universo desmoronar sobre si.

A Teoria da Relatividade de Einstein

   Albert Einstein possuía uma crença de um deus panteísta. Dentro do panteísmo, uma crença base é de que o Universo é eterno, o Universo e Deus são as mesmas pessoas. Por isso quando Einstein ao descobrir a Teoria da Relatividade comentou que isso foi “Irritante”, pois sua crença em um Universo Eterno foi abalada.

   A sua descoberta foi o fim da ideia do Universo ser Eterno. Só que Einstein foi ainda mais longe, pois segundo a sua descoberta, tempo, espaço e matéria estão correlacionados e um não existe sem outro.

A Geologia

   Esse é mais simples de explicar, mais fácil de visualizar. E vou explicar usando um exemplo bem conhecido.

   A matéria sofre transformação, por exemplo, o urânio se transforma em chumbo. Isso se chama decaimento radiativo e o processo do urânio para o chumbo poderia ser descrito da seguinte maneira:

   O isótopo Urânio (U– 238) é desintegrado quando seu núcleo se rompe. Na etapa inicial da reação é produzido Tório (Th-234), em seguida este também se desintegra produzindo Protactínio (Pa-234). A desintegração continua até completar 14 etapas e produzir o produto final: Chumbo (Pb-206). O Chumbo é estável e não se desintegra, o processo é então finalizado.

   Se a matéria fosse eterna, então não teríamos mais o processo de decaimento radioativo.

Argumento Cosmológico de Kalam (eterno em árabe)

   O argumento aqui se apresenta também com duas premissas e uma conclusão.

       1. Um dia infinitos de dias não tem fim.
       2. Hoje é o dia final da história.
       3. Portanto não houve um número infinito de dias.

   Imagine o seguinte, para o dia de hoje chegar é preciso de um número finito de eventos, caso contrário o dia de hoje não pode chegar. Se há um número infinito de eventos no passado, o hoje não estaria ainda acontecendo e na verdade nunca chegaria.

Conclusão

   Com as duas premissas muito bem defendidas podemos então concluir que o Universo tem uma causa. Mas o que isso tem haver com Deus ou mesmo o ateísmo.

   Até não mencionei Deus e esse argumento também não prova Deus, mas ele deixa algumas evidências muito interessantes, evidências essas que são as características que podemos mensurar sobre a causa.

   Se matéria, tempo e espaço precisam existir simultaneamente (segundo a Teoria da Relatividade), então a causa do Universo é atemporal, imaterial e não-espacial.

   Essa causa simplesmente criou tudo o que conhecemos e no mínimo somos consequência de seu “poder”. Portanto essa causa é imaginavelmente poderosa, e porque não afirmar, onipotente.

   Possui um aspecto pessoal, afina decidiu transformar o nada em matéria, tempo e espaço. Além disso a beleza e a diversidade que encontramos no Universo das coisas criadas poderia também dizer que a causa é pelo menos criativo.

   Essas características não podem descrever plenamente o Deus bíblico, mas nenhuma das características encontradas da Causa Primeira, como alguns chamam, contradiz ao Deus da Bíblia, pelo contrário, parecem confirmar. Claro que podemos explorar outras características divinas na criação, mas aqui se encontra o limite deste argumento.


   Bem, você pode pensar, mas isso não prova a Deus. Claro que não, mas mostra que a ciência quando aplicada ao estudo do Universo esta mais próxima da visão teísta do que qualquer outra visão religiosa como o ateísmo ou panteísmo.

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