Resumo: Este artigo busca mostrar o Argumento Cosmológico e
aplica-lo mostrando que uma visão teísta é muito superior diante das visões ateístas,
panteístas ou pagãs.
Início
Existem muitas
versões do Argumento Cosmológico por ai. Esse que vou descrever se encontra no
livro Não tenho fé suficiente para ser
ateu, um livro básico que tanto ateus como cristãos que vivem no mundo do
debate em torno do tema “Deus existe?” deveriam ler.
O argumento tem
duas premissas e chega a uma conclusão, conforme apresentado abaixo:
1. Tudo o
que teve um começo teve uma causa.
2. O
Universo teve um começo.
3. Portanto
o Universo teve uma causa.
A primeira
premissa pode ser facilmente defendida com a Lei da Causalidade, lei essa que é
a base da ciência. Francis Bacon disse certa vez: “O verdadeiro conhecimento só
é conhecido pelas causas.”.
O que o
cientista busca em suas pesquisas é descobrir as causas. Por exemplo, Newton
descobriu e elaborou a Lei da Gravidade ao pesquisar o que havia causado a
queda da maçã. O próprio Mito da Evolução elaborada por Darwin, defendida
apaixonadamente por ateus, nada mais é do que uma tentativa de busca de causas.
Segundo os evolucionistas a explicação de sermos como somos, passa por um
processo darwinista.
Veja que se você
chegar a negar a essa premissa eu simplesmente poderia perguntar: “O que o
levou a essa conclusão?”. E seja lá o que for a sua resposta, ela vai estar
comprovando a própria premissa. Nem mesmo David Hume negaria esse ponto, pois
ele mesmo afirma: “Nunca fiz a tão absurda proposição de que alguma coisa possa
surgir sem uma causa “.
Já a segunda
premissa pode ser defendida por diversos pontos, entre eles nós temos a 2ª Lei
da Termodinâmica, a Teoria do Big Bang, a Teoria da Relatividade de Einstein, a
Geologia e o Argumento Cosmológico de Kalam.
2ª Lei da
Termodinâmica
A Termodinâmica
é o estudo da matéria e energia e sua segunda lei diz que o Universo está
ficando sem energia utilizável. Juntando com o que sabemos por causa da 1ª Lei
da Termodinâmica (que o Universo possui uma quantidade finita de energia),
podemos concluir que o Universo não poderia ser eterno, pois caso o fosse ele
estaria sem energia.
A ideia é
semelhante a de um carro de tanque cheio em movimento, com o passar do tempo de
rodagem o tanque vai esvaziando até que fique sem combustível nenhum e então o
veículo simplesmente para.
A 2ª Lei da
Termodinâmica também é conhecida por ser a Lei da Entropia, pois ela também
afirma que a natureza tem a tendência de fazer as coisas desordenarem. Isso nos
faz questionar caso o Universo fosse eterno: “Por que existe ordem ainda hoje
no universo?”
A Teoria do Big Bang
Primeiro
gostaria de lembrar que o argumento não depende desta teoria para se manter em
pé, a 2ª Lei da Termodinâmica seria mais do que suficiente. Sei que muitos
cristãos não concordam com a teoria em si, por causa de “uma explosão gerar
ordem”, mas vale lembrar que nada impede que Deus tenha feito o Universo de um
ponto que se expandiu rapidamente.
Nos anos de 1920
Edwin Hubble descobriu que o Universo estava em expansão o que nos leva ao
pensamento de que se pudéssemos “rebobinar a fita” veríamos a matéria
retornando a um único ponto.
Nos anos de 1965
dois grandes cientistas Arno Penzias e Robert Wilson descobriram por acidente
um brilho avermelhado, ou a hoje conhecida Radiação Cósmica de Fundo, que teria
como explicação de sua existência apenas o Big Bang.
Para confirmar a
Teoria do Big Bang deveríamos achar as ondulações da Radiação Cósmica de Fundo
e no ano de 1898 a NASA enviou o satélite COBE justamente para procurar essas
ondulações. O satélite obteve sucesso e mais, mostrou que a expansão é
precisamente calculada de modo a proporcionar a existência de galáxias e não permitir
o Universo desmoronar sobre si.
A Teoria da
Relatividade de Einstein
Albert Einstein
possuía uma crença de um deus panteísta. Dentro do panteísmo, uma crença base é
de que o Universo é eterno, o Universo e Deus são as mesmas pessoas. Por isso
quando Einstein ao descobrir a Teoria da Relatividade comentou que isso foi “Irritante”,
pois sua crença em um Universo Eterno foi abalada.
A sua descoberta
foi o fim da ideia do Universo ser Eterno. Só que Einstein foi ainda mais
longe, pois segundo a sua descoberta, tempo, espaço e matéria estão
correlacionados e um não existe sem outro.
A Geologia
Esse é mais
simples de explicar, mais fácil de visualizar. E vou explicar usando um exemplo
bem conhecido.
A matéria sofre
transformação, por exemplo, o urânio se transforma em chumbo. Isso se chama
decaimento radiativo e o processo do urânio para o chumbo poderia ser descrito
da seguinte maneira:
O isótopo Urânio
(U– 238) é desintegrado quando seu núcleo se rompe. Na etapa inicial da reação
é produzido Tório (Th-234), em seguida este também se desintegra produzindo
Protactínio (Pa-234). A desintegração continua até completar 14 etapas e
produzir o produto final: Chumbo (Pb-206). O Chumbo é estável e não se
desintegra, o processo é então finalizado.
Se a matéria
fosse eterna, então não teríamos mais o processo de decaimento radioativo.
Argumento Cosmológico
de Kalam (eterno em árabe)
O argumento aqui
se apresenta também com duas premissas e uma conclusão.
1. Um dia infinitos de dias não tem fim.
2. Hoje é o
dia final da história.
3. Portanto
não houve um número infinito de dias.
Imagine o
seguinte, para o dia de hoje chegar é preciso de um número finito de eventos,
caso contrário o dia de hoje não pode chegar. Se há um número infinito de
eventos no passado, o hoje não estaria ainda acontecendo e na verdade nunca
chegaria.
Conclusão
Com as duas
premissas muito bem defendidas podemos então concluir que o Universo tem uma
causa. Mas o que isso tem haver com Deus ou mesmo o ateísmo.
Até não
mencionei Deus e esse argumento também não prova Deus, mas ele deixa algumas
evidências muito interessantes, evidências essas que são as características que
podemos mensurar sobre a causa.
Se matéria, tempo e espaço precisam existir
simultaneamente (segundo a Teoria da Relatividade), então a causa do Universo é
atemporal, imaterial e não-espacial.
Essa causa
simplesmente criou tudo o que conhecemos e no mínimo somos consequência de seu “poder”.
Portanto essa causa é imaginavelmente poderosa, e porque não afirmar, onipotente.
Possui um
aspecto pessoal, afina decidiu transformar o nada em matéria, tempo e
espaço. Além disso a beleza e a diversidade que encontramos no Universo das
coisas criadas poderia também dizer que a causa é pelo menos criativo.
Essas
características não podem descrever plenamente o Deus bíblico, mas nenhuma das características
encontradas da Causa Primeira, como alguns chamam, contradiz ao Deus da Bíblia,
pelo contrário, parecem confirmar. Claro que podemos explorar outras
características divinas na criação, mas aqui se encontra o limite deste
argumento.
Bem, você pode
pensar, mas isso não prova a Deus. Claro que não, mas mostra que a ciência
quando aplicada ao estudo do Universo esta mais próxima da visão teísta do que
qualquer outra visão religiosa como o ateísmo ou panteísmo.