O que motivou a escrever sobre o texto que vai seguir abaixo foi mais a primeira frase dele e uns comentários feitos no site de origem. O título do texto que vou comentar é: "Com licença, mas o Big Bang não explica a origem do universo" e pode ser visto aqui: CLICK AQUI
Para efeitos didáticos vou colocar os MEUS comentários com essa cor.
Isso pode até parecer mais um daqueles textos de pessoas religiosas tentando, em vão, refutar a Teoria do Big Bang (poposta [sic], ironicamente, por um padre), mas não é. Esse é um texto puramente científico que visa desfazer um erro muito clássico das pessoas ao pensarem nessa teoria.
Devemos tomar cuidado com a posição dos religiosos sobre a Teoria do Big Bang, pois além de ser uma proposta de um padre, ela não é rejeitada por todos os cristãos, mas quase todos apologistas usam a teoria mencionada em sua argumentação, pois junto com a teoria do big bang estar atrelado o início do universo. Outro ponto importante é que a Bíblia não menciona como Deus teria criado o universo e nada na Bíblia contraria que o universo tenha surgido dessa rápida expansão.
A famosa Teoria do Big Bang não é sobre a origem do Universo. Por quê? Porque ela não descreve absolutamente nada sobre a origem do Universo ou algo que venha antes (caso tal coisa exista). Calma, eu vou explicar. A teoria da grande explosão descreve apenas o que aconteceu com o Universo em um intervalo de tempo muito pequeno depois da origem do universo. Além disso, também não explica o que aconteceu antes da “explosão”.
Continuando aqui, se você afirma que o universo teve uma origem, seja ela o Big Bang ou não, não há problemas bíblicos, os problemas existiriam se você afirmasse que o universo surgiu do nada com alguma explicação naturalista, mas até onde a ciência vai não conseguimos explicar a causa, no máximo poderíamos responder o “como”.
Sugere-se que se conseguíssemos voltar no tempo até aproximadamente 10 elevado a -44 segundos depois da origem de tudo, observaríamos uma grande explosão (o que é errado dizer, pois na verdade não foi uma explosão, foi uma expansão inflacionária muito rápida).
Talvez esse tenha sido o paragrafo mais cristão escrito nesse texto. Pois nenhum cristão concorda com a ideia de um universo criado da maneira que ele existe e se comporta através de uma explosão. Observe que diferente dos panteístas, para o cristão Deus não é o universo e nem o universo parte de Deus (por isso os panteístas preferem crer que o universo é eterno apesar das evidências científicas).
Essa teoria foi formulada a partir das observações astronômicas de Hubble. Ele observou, por meio do Efeito Doppler, que com o passar do tempo as galáxias estão se distanciando umas das outras. O universo está se expandindo. Logo, se apertamos o botão voltar, veremos tudo encolher e as galáxias irão estar cada vez mais próximas, o universo menor, mais jovem, em um estado quente e denso até que há 13,7 bilhões de anos e 0,00000000000000000000000000000000000000000001 segundos atrás, o nosso universo inteiro estaria contido em um ponto menor que um átomo. Aperte o play e veja uma expansão super-ultra-mega-giga rápida.
Em tempos menores que esse, as equações simplesmente não funcionam. É onde a tão aclamada Teoria da Relatividade desmorona (mas calma, ela ainda funciona para o resto do tempo no universo). Esse intervalo de tempo (10^-44) é chamado de Tempo de Planck. Durante essa ínfimo intervalo de tempo, ocorreram fatos essenciais para o universo de hoje.
Olhem aqui como teoria científica não implica em contradição bíblica. O fato de crer que Deus é o Criador do universo, isso não implica que não podemos saber “como” Ele fez o universo. Há coisas que são desconhecidas por nós, mas não há nada aqui que impede você de crer que Deus existe.
É por causa disso que os governos gastam milhões e milhões para construção de aceleradores de partículas. Esses aceleradores têm o poder de recriar as condições primordiais e assim, estudando o esmagamento de átomos, é possível conhecer o que houve de tão importante dentro de 10^-44 segundos.
Fato curioso: O nome da teoria do Big Bang é na verdade um termo pejorativo. Fred Hoyle, um físico que formulou a Teoria do Universo Estacionário (contrária à ideia de um universo em expansão), apelidou a teoria contrária de grande “Bang” (termo vindo de HQs que representava explosão) para ridicularizar e descreditar a ideia. Porém, o nome pegou e a partir dali todos chamaram de Teoria do Big Bang, o que acabou sendo amplamente aceito e difundido. A partir daí, o universo estacionário caiu no esquecimento.
Fato curioso 2: No texto pode ser encontrado a palavra “universo” escrito com letra minúscula e “Universo” com letra maiúscula mesmo sem estar no início de frase. Você deve ter pensado: “Ué?! Mas isso está errado, não?”. A resposta é: depende. Existem dois tipos de universo. O “universo” se refere a tudo que observamos: aos planetas, estrelas, galáxias, nebulosas etc. Em outras palavras, refere-se ao universo observável. Já “Universo” se refere a tudo o que existe, existiu ou existirá. É um termo que engloba coisas abstratas e reais: passado, presente, futuro e também as coisas que nós ainda não sabemos que existem, por exemplo, galáxias tão longe que sua luz ainda nem chegou a nós. Ou seja, o “universo” está contido no “Universo”.
Dica: Jamais diga que o universo tem 14 bilhões de anos (sim, a abertura de The Big Bang Theory está errada). Isso é um erro grotesco pois o universo tem 13,7 bilhões de anos. Você deve estar se retorcendo aí na sua cadeira pensando: “Mas só por causa de 0,3?! Para que essa bobagem?”. Bom, se você for pensar bem são 0,3 BILHÕES de anos. O seu erro foi de 300.000.000 de anos. Não parece tão pouco agora, não é?
Resumo da ópera: Nem tudo o que um ateu, cientista ou alguém de outra confissão religiosa diz é exatamente contra a fé cristã, pelo contrário, as vezes podemos ver as digitais do criador em lugares onde menos esperamos.
