Bom dia amigos, irmãos e companheiros, vou
retomar o assunto já iniciado no post anterior cujo tema principal é a verdade,
por isso se você não leu eu recomendo que o leia clicando aqui.
Mas
hoje quero trabalhar outro aspecto da verdade. Desde criança gostamos da
verdade e nos sentimos ofendidos com a mentira. Toda criança sabe a diferença
entre o “de mentira” e a mentira propriamente dita. A criança aceita a primeira
com naturalidade, mas fica brava quando se sente enganada, principalmente
quando querem tirar vantagem dela.
Viver em contos “de mentira” faz parte da nossa infância, brincamos que
somos reis, heróis, policiais, bombeiros ou o que mais podemos imaginar, porém
sabemos quando crescemos que a vida “de mentira” não auxilia em nada na vida “de
verdade”.
Quando
crescemos vamos formando uma imagem do mundo, nem sempre temos todas as peças,
mas temos uma ideia de como o mundo é. Essa maneira que enxergamos o mundo
recebe o nome de cosmovisão (cosmo
vem do grego e significa mundo ou universo, visão....
acredito que não é necessário uma explicação), ou seja, nossa visão do mundo,
como ele funciona, o que é importante nele.
Agora imagine você jogando um quebra cabeça de 1000 peças. Já jogou um?
Se já você sabe que a peça mais importante é a tampa da caixa, porque é através
dela que você vai saber mais ou menos a localização da peça que você tem em
mãos.
Sua
cosmovisão funciona exatamente como essa tampa de caixa do quebra cabeças.
Quando você recebe uma informação nova você a observa através da sua tampa da
caixa e sabe onde colocar essa peça para encaixar com as demais. Quanto mais
peças encaixadas melhor é a sua cosmovisão.
Porém para formar uma boa cosmovisão você terá que responder a algumas
perguntas e de todas elas a primeira é a mais importante de todas, porque ela
trata do assunto que assombra a todos: “De
onde viemos?”
Nenhuma
visão de mundo séria pode ser formada sem responder a esta primeira pergunta,
pois a maneira que você vai posicionar essa peça no seu quebra cabeça vai
determinar onde todas as outras peças vão começar a se encaixar.
Se
eu responder que acredito na criação divina, e minha origem esta ali estabelecida,
então as minhas respostas às perguntas seguintes vão ser muito diferentes se eu
acreditasse que a casualidade deu origem ao ser humano, graças claro, a
estarmos em um universo justamente afinado para a existência da nossa espécie.
Agora observe as seguintes perguntas:
a.
Quem
somos?
b.
Por
que estamos aqui?
c.
Como
devemos viver?
d.
Para
onde vamos?
Essas cinco perguntas, juntas formam o que eu chamaria a coluna dorsal
da nossa cosmovisão, ou se preferir, a imagem da tampa da caixa do
quebra-cabeça da vida.
O
grande problema disso tudo, quando estamos abordando o tema verdade, é que se
minha cosmovisão esta correta, isso que dizer que a de outra pessoa esta
errada.
Vou
me usar como exemplo. Sou cristão e minha visão de mundo, ou a tampa da minha
caixa, parte da criação divina, onde somos criados a imagem de Deus. Estamos
aqui com o privilégio de servi-Lo. Devo viver em plena harmonia com meus
semelhantes, mas principalmente com Deus. E sei que esse mundo está cheio de
problemas, mas Deus ira resolver com a destruição e recriação do nosso planeta
e todas as coisas que aqui estão. Claro que isso foi bem resumido.
Sei
que ao afirmar que minha visão é verdadeira isso vai causar três problemas que
a princípio parecem bem difíceis de superar, mas vou expô-los rapidamente.
1º Problema: Ao afirmar que a
visão cristã do mundo esta correta, estou falando automaticamente que bilhões
de pessoas no mundo também estão errados. Isso acaba criando reações das mais imprevisíveis
possíveis, mas agora gostaria de um momento de sinceridade de cada um. Seja
você cristão, budista, ateu, atoa, hinduísta ou mesmo um relativista, mas se
você achasse que sua cosmovisão fosse falsa, não verdadeira, por que você
manteria esse tipo de visão na as vida?
Ninguém gosta de viver uma mentira, todos queremos estar o mais próximos
da verdade, por isso a nossa cosmovisão, seja qual for, vai ser a que eu
acredito ser a melhor possível. Caso não fosse eu a trocaria imediatamente.
2º Problema: Algumas peças que
recebemos não parecem se encaixar em nenhuma cosmovisão. Do lado cristão
existem muitas pessoas não parecem saber responder o problema do mal
coexistindo com um Deus amoroso, onisciente e onipotente. A peça parece
simplesmente não encaixar na visão de certos cristãos. Apesar de a muito tempo
já ter sido respondido.
3º Problema: Intelectuais dizem
que nenhuma religião é boa o suficiente para ser uma boa “tampa”, por outro
lado, filósofos e religiosos mostram que a ciência é incapaz de responder as
perguntas mais importantes da vida. Enquanto um diz que só é possível acreditar
naquilo que é passível de teste, do outro afirma que a coisas que não são
passiveis de teste, tais como a lógica ou mesmo a matemática.
O
que significa tudo isso que eu disse até agora? Que nem todas as cosmovisões
podem estar certas ao mesmo tempo, mas que é necessário grande humildade da
parte de cada ser humano em tomar a decisão de mudar a sua “tampa da caixa”
quando isso for necessário. Como crianças, precisamos ter a mente aberta a
descobrir que caminho seguir, onde o argumento nos leva e então tomar nossa
posição, mesmo que para isso seja negar aquilo que eu vinham crendo até agora.
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