quarta-feira, 22 de março de 2023

ORAÇÃO NÃO RESPONDIDA

Jesus prometeu que “Qualquer coisa que pedirdes em meu nome, eu o farei”. Na verdade, em João 14, 15 e 16, Jesus repete essa promessa três vezes usando palavras diferentes: “E farei tudo o que pedirdes em meu nome” (Jo 14.13a); “... a fim de que o Pai vos conceda tudo quanto lhe pedirdes em meu nome” (Jo 15.16b); “Em verdade, em verdade vos digo que o Pai vos concederá tudo quanto lhe pedirdes em meu nome” (Jo 16.23b). Evidentemente, Jesus de fato estava falando sério. Tal afirmação é maravilhosa e surpreendente!


No entanto, a dificuldade é que essa promessa não parece ser verdadeira quando entendida de forma inadequada. Com frequência, pregadores podem nos exortar a tomar posse dessa promessa em nossa vida pessoal, a crer nela, além de reivindicá-la para nós mesmos. Contudo, o problema é que não podemos crer nessa promessa, quando ela é entendida de forma inadequada. Afinal, se somos implacavelmente honestos para conosco, cada um de nós sabe que, algumas vezes, Deus não responde nossas orações.


Na verdade, algumas vezes, ele não responde às orações porque os cristãos têm orado por coisas contraditórias.Quando era aluno no Wheaton College, ouvi a respeito de dois rapazes que estavam apaixonados pela mesma garota. Cada um orava para que Deus mudasse os sentimentos dela de forma que pudesse se casar com ela. É evidente que, pelo menos, uma das orações de um dos rapazes não iria ser respondida positivamente. Deus não poderia responder a ambos da mesma forma, uma vez que suas orações eram contraditórias. Você pode também imaginar dois atletas cristãos jogando em times opostos na disputa final do campeonato. Cada um naturalmente estaria disposto a orar para seu time ganhar, e, no entanto, as orações de ambos não poderiam ser respondidas da mesma maneira, porque os dois atletas oraram por resultados contraditórios.


Assim, no dia a dia, cada um de nós já vivenciou a experiência de ter uma oração não respondida. Pedimos a Deus para fazer alguma coisa, alguma coisa cujo objetivo é glorificá-lo, e oramos com fé, mas Deus não realiza. Algumas vezes, uma oração não respondida envolve um clamor por cura. Uma igreja que conheci orava por uma cura miraculosa de um de seus membros. As pessoas realmente criam em Deus e esperavam por um milagre. Mas o homem morreu. Muitas pessoas ficaram profundamente abaladas em sua fé; elas tinham pedido a Deus com fé por alguma coisa em nome de Jesus, e ele não fez. Talvez a promessa de Jesus, no final das contas, não fosse verdadeira — ou pode ser também que a fé não fosse verdadeira.


Não são apenas os leigos cristãos que se confrontam com esse problema. Os líderes espirituais cristãos também passam pela experiência de ter uma oração não respondida. Certa vez, ouvi Cliff Barrows dizer que seus parceiros na equipe de Billy Graham tinham, há muito tempo, cessado de orar por um bom período em favor de suas cruzadas — na verdade, algumas de suas melhores cruzadas tinham se realizado debaixo de chuva. Em seus seminários, Bill Gothard nos conta incríveis histórias, uma atrás da outra, a respeito de como Deus providenciou dinheiro para pagar as contas, mas ele também admite que, “fazendo justiça para com Deus, ele nem sempre realizou o esperado no momento exato”. Em outras palavras, algumas orações ficaram sem resposta.


Ora, alguém poderia objetar: “Mas você não pode usar a experiência humana para julgar as promessas de Deus!” No entanto, o problema dessa objeção é que as próprias Escrituras dão exemplos de oração não respondida. Pense no chamado “espinho na carne” de Paulo — uma indisposição física que ele pediu três vezes para o Senhor remover (2Co 12.7) — , mas Deus não o removeu. Paulo também pediu à igreja de Roma para orar a fim de que pudesse ser liberto dos incrédulos em Jerusalém naquela que seria a sua visita final (Rm 15.31), mas ele não foi liberto. Ao contrário, lemos em Atos 21 que a prisão de Paulo em Jerusalém, por fim, o levou ao martírio. Assim, até mesmo as próprias Escrituras dão exemplos de oração não respondida. Não se pode, portanto, afirmar, de forma inadequada, que qualquer coisa que pedimos simplesmente em nome de Jesus haveremos de receber.


Isso é muito problemático. Afinal, Jesus prometeu que o que pedíssemos em seu nome nós receberíamos. Nesse sentido, sua promessa é vazia? Pior ainda, como Jesus pode ser Deus se ele faz promessas vazias? Como alguém resolve o problema da oração não respondida?


Primeiro, olhemos para soluções inadequadas para esse problema que, com frequência, são usadas por cristãos hoje. Uma solução é simplesmente negar a existência da oração não respondida. Essa é a solução mais radical, mas, apesar disso, é algumas vezes aceita por cristãos bem-intencionados. Por exemplo, quando minha esposa, Jan, e eu fomos para a equipe da Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo, na Northern Illinois University, o nosso movimento recebeu certos cristãos que criam que a cura física estava incluída na expiação de Cristo, e, assim, nenhum cristão jamais precisava ficar doente. Bastava orar a Deus e seria curado!


Bem, o resultado disso foi que alguns de nossos alunos começaram a jogar fora seus óculos, alegando que estavam curados, mesmo sem estarem enxergando melhor. Lembro-me de que, confrontando um deles, perguntei: “Você foi curado?” Ele disse: “Sim, eu fui”. Então, continuei: “Mas você consegue enxergar melhor?” “Não”, ele admitiu. “Então, como você foi curado se não consegue enxergar melhor?”, perguntei. E ele respondeu: “Porque não tive fé suficiente”. E assim esses pobres e míopes alunos tentavam estudar e frequentar as aulas sem seus óculos, alegando que haviam sido curados, mas que lhes faltava fé para crer que Deus tinha respondido às suas orações. Ficaria espantado com o que esses cristãos diriam a respeito de alguém que morreu de câncer, apesar de terem sido feitas orações por cura. Será que diriam que esse alguém estava realmente vivo e bem, e que estava aparentemente morto porque lhes faltava fé? Bom, o que esses cristãos precisavam não era mais fé, mas algum bom senso!


Uma solução menos radical proposta com frequência — mas também inadequada — é que Deus sempre responde à oração. No entanto, suas respostas podem variar entre sim, não e espere. Assim, a oração que recebe uma resposta negativa não é realmente uma oração não respondida. Deus respondeu, dizendo não. Contudo, tal solução é apenas um jogo de palavras.- O que queremos dizer por oração não respondida é a oração que recebe uma resposta negativa. Jesus prometeu que o que pedíssemos em seu nome nós receberíamos. Entretanto, uma vez que a promessa é que ele sempre diz “sim”, tal solução não muda nada na resolução do problema de alguém dizer que Deus realmente respondeu à sua oração só porque Deus disse “não”. Assim, o problema permanece o mesmo, só mudando as palavras. Como pode, então, haver uma oração respondida negativamente?


Uma terceira solução inadequada usada pelos cristãos, algumas vezes, é a racionalização das coisas de forma que se possa dizer que, no final das contas, Deus respondeu à oração. Certa vez, participei de uma reunião em que alguém pediu a Deus para ajudar um homem gravemente doente a sair do hospital. Entretanto, no dia seguinte, o homem faleceu. Na reunião seguinte, a pessoa que tinha conduzido a oração na noite anterior anunciou o falecimento e proclamou triunfantemente que nossas orações haviam sido respondidas. “Nós pedimos a Deus para tirá-lo do hospital e, louvado seja Deus, ele saiu”. Bem, esse tipo de racionalização pode ser um subterfógio bastante desonesto. Estava claro que o intento de nossas orações na noite anterior era para que Deus curasse o homem. Racionalizar uma resposta negativa à oração é ver Deus como um grande gênio da lâmpada de Aladim que realiza a linguagem técnica de nossos pedidos, mas perde totalmente de vista a intenção, a ponto de nos oferecer algo totalmente diferente daquilo que foi pedido. Esse não é o Deus da Bíblia. Por que não ser honesto e admitir que Deus simplesmente não respondeu à oração?


Assim, creio que a devida solução repousa numa direção diferente. Não creio que a promessa de Jesus seja vazia, mas realmente penso que ela deve ser qualificada. Não é simplesmente verdadeiro, e sem qualificação, que você irá receber qualquer coisa que pedir em nome de Jesus. A promessa deve ser qualificada de acordo com o ensino do restante da Escritura.


Qualificar a promessa pode parecer algo angustiante, mas deixeme assinalar que há razões bem fortes para se fazer isso. Outros ensinos de Jesus têm sido qualificados à luz de diferentes passagens da Escritura. Tome o ensino de Jesus sobre o divórcio, por exemplo. Em Marcos 10.11, Jesus faz uma afirmação geral: “Aquele que se divorcia de sua mulher e casa com outra comete adultério contra ela”. Nenhuma exceção é permitida. Mas, em Mateus 19.9, Jesus diz: “Mas eu vos digo que aquele que se divorciar de sua mulher, a não ser por causa de infidelidade, e se casar com outra, comete adultério”. Aqui, a afirmação anterior é qualificada: há uma exceção que permite o divórcio, a saber, a infidelidade marital da parte de um cônjuge. Ora, estou sugerindo que as promessas de Jesus a respeito de oração também precisam ser qualificadas desse modo. Implícitos nas promessas gerais de Jesus estão certos qualificadores importantes, e, se esses qualificadores não são encontrados, ninguém pode reivindicar a promessa.


Quais são algumas dessas qualificações implícitas à promessa de Jesus? Muitas delas podem ser classificadas, levando-se em consideração o tópico “Obstáculos à oração respondida”. Vejamos alguns deles.


1. Pecado em nossa vida.

Acredito que o obstáculo mais básico que impede a resposta à nossa oração é o pecado não confessado em nossa vida. Naturalmente, a promessa de Jesus pressupõe que a pessoa que ora é um cristão vivendo na plenitude e no poder do Espírito Santo. Um cristão que vive em pecado não confessado ou no poder da carne não pode ter nenhuma confiança de que suas orações serão respondidas. O salmista disse: “Se eu tivesse guardado o pecado no coração, o Senhor não me teria ouvido” (SI 66.18). Num versículo terrivelmente confrontador para nós, homens casados, Pedro escreve: “Da mesma forma, maridos, vivei com elas a vida do lar, com entendimento, dando honra à mulher como parte mais frágil e herdeira convosco da graça da vida, para que as vossas orações não sejam impedidas” (IPe 3.7). Pense nisto: não tratar sua esposa de modo correto pode impedir suas orações! A promessa de Jesus pressupõe a permanência do crente em Cristo, guardando seus mandamentos, andando na luz, cheios do Espírito, e amando os irmãos. Quando você pensa a respeito disso, você inevitavelmente conclui que é somente pela graça de Deus que qualquer uma de nossas orações é respondida!


2. Motivos errados.

Muitas vezes, as nossas orações ficam sem resposta porque os nossos motivos estão errados. Com muita frequência, nossas orações são motivadas pelo egocentrismo — uma espécie de atitude centrada em nossos desejos egomaníacos. Jesus tinha prometido, “pedi, e vos será dado” (M t 7.7), mas Tiago explicou a seus leitores: “Pedis e não recebeis, porque pedis de modo errado, só para gastardes em vossos prazeres” (Tg 4.3). A oração que é totalmente centrada no eu não se encaixa dentro da promessa de Jesus.


Lembro-me de certa vez ter lido um tratado sobre por que não há reavivamento na igreja hoje. Uma das razões descritas num desenho era “Um santo moderno luta contra as forças das trevas”. Tratava-se da descrição de um homem ajoelhando-se ao lado da sua cama e contendendo com Deus em oração: “O, Senhor! Por favor, dá-nos aquela TV que acabou de ser lançada no mercado! Tu sabes o quanto necessitamos dela! Por favor, Senhor, por favor, ajuda-nos a ter aquela TV!” O motivo correto para a nossa oração tem de ter como finalidade a glória de Deus. Por isso, com frequência, no Antigo Testamento, encontramos orações baseadas no desejo de que Deus fizesse algum ato por amor ao seu nome. A oração de Jesus foi para que Deus glorificasse o seu nome (ver João 12.28). Este deveria ser o nosso motivo na oração: pedir coisas a Deus, não para que nossos desejos possam ser satisfeitos, mas para que seu nome possa ser glorificado.


3. Falta de fé.

O próprio Jesus deixou claro que somente crendo é que a oração pode ser respondida com certeza. Ele disse a seus discípulos: “Por isso vos digo que tudo o que pedirdes em oração, crede que já o recebestes, e o tereis” (Mc 11.24). Aqui a promessa é qualificada de tal forma que a oração deve ser acompanhada pela fé. Se você tem fé, sem duvidar, de que Deus responderá ao seu pedido, então ele o responderá. Em contrapartida, o homem dominado pelas dúvidas não pode ter qualquer confiança de que sua oração será respondida. Assim, diz Tiago, ao pedir sabedoria em oração: “Peça-a, porém, com fé, sem duvidar, pois quem duvida é semelhante à onda do mar, movida e agitada pelo vento. Tal homem não deve pensar que receberá do Senhor alguma coisa, pois vacila e é inconstante em todos os seus caminhos” (Tg 1.6-8).


De fato, essa afirmação suscita toda sorte de perguntas difíceis a respeito de como uma pessoa adquire esse tipo de fé e como tal fé pode ser mantida em face da oração não respondida. Não vou tentar tratar de tais questões agora. Deixe-me apenas observar que Jesus também disse que a fé exigida não precisa ser grande, mas que coisas poderosas podem acontecer como resultado de uma fé tão pequena quanto um grão de mostarda (ver Lc 17.6); e quero também relembrar que a fé é um dom de Deus. Nós podemos sempre orar: “Eu creio! Ajuda-me na minha incredulidade” (Mc 9.24). De qualquer forma, meu ponto principal aqui é que uma qualificação a mais deve ser introduzida à promessa de Jesus: devemos orar com fé. 


4. Falta de sinceridade.

Algumas vezes, nossas orações não são respondidas porque, com muita franqueza, realmente não nos preocupamos se elas são respondidas ou não. Ocasionalmente, oramos na reunião de oração por algum pedido e, então, logo nos esquecemos de tudo. Dificilmente, pensamos em perguntar depois como essa oração foi respondida. De fato, não nos preocupamos. Quando Jan e eu estávamos envolvidos no levantamento de recursos para o suporte financeiro de nosso ministério na Europa, não ficamos muito impressionados quando alguém disse: “Vou orar por vocês”. Em outras palavras, o que isso significava era: “Não estou suficientemente interessado em lhes dar suporte financeiro”. Entretanto, se isso é verdade, também duvido de que essa pessoa esteja honestamente interessada em orar com sinceridade.


Infelizmente, cristãos têm a ideia de que o suporte da oração é um compromisso menor do que o suporte financeiro, quando, na realidade, é exatamente o maior. Preencher um cheque a cada mês (ou coisa que o valha) e nunca mais pensar a respeito do assunto são ações que não exigem muito esforço. Porém, como é difícil orar com regularidade e sinceridade por um missionário ou por um obreiro cristão. E exatamente essa oração sincera, esse compromisso sério e profundo de tratar o assunto com Deus em oração, que ele atende. Leia as grandes orações da Bíblia e pergunte para si mesmo se aquelas pessoas eram sinceras ou não. Um belo exemplo é a oração de Ana por um filho em 1 Samuel 1. Ela foi tão intensa em sua oração, tão absorta em cada coisa acontecendo ao seu redor, que o sacerdote na casa do Senhor pensou que ela estivesse bêbada! Mas, naturalmente, o exemplo supremo foi o próprio Jesus, um homem que passava a noite toda em oração a Deus, a ponto de seus discípulos literalmente se cansarem de ter de orar com ele. Leia as orações de Jesus nos evangelhos e pergunte se esse homem não estava sinceramente envolvido em sua oração. As nossas orações podem frequentemente ficar sem resposta porque realmente nos preocupamos muito pouco com o que pedimos.


5. Falta de perseverança.

Intimamente relacionada à sinceridade está a perseverança em oração. Nossa falta de persistência pode ser a razão por que as nossas orações não são respondidas. Desanimamos muito facilmente. Oramos uma ou duas vezes, e então paramos. Alguns cristãos lhe diriam que tudo o que você tem a fazer é orar uma vez a respeito de uma determinada coisa, entregue-a ao Senhor, e, então, descanse e confie nele para tomar conta dela. Mas penso que posso dizer confiantemente que esse não é o ensino de Jesus. Pense na parábola do amigo chegando à meia noite para conseguir pão de seu vizinho (Lc 11.5-8). O vizinho não estava a fim de se levantar da cama, mas, porque seu amigo continuava a bater na porta e não estava a fim de desistir, ele se levantou e lhe deu pão. Quanto mais, diz Jesus, o seu Pai celestial lhe dará!


Ou pense a respeito da parábola da viúva e do juiz (Lc 18.1-8). O juiz injusto não queria responder ao pedido da mulher, mas ela continuou a importuná-lo, de tal forma que ele disse que responderia ao pedido dela ou “vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha mais me perturbar” (Lc 18.5b). O assunto da parábola, diz Lucas, é falar “sobre o dever de orar sempre e nunca desanimar” (Lc 18.1). Se queremos muito alguma coisa, devemos insistir à porta do céu e tocar continuamente a campainha do portal celeste. Na minha experiência e de Jan, algumas das respostas mais dramáticas à oração — como obter dois anos de bolsa de estudos do governo alemão para estudar sobre a evidência da ressurreição de Cristo — vieram como resposta a orações feitas pela manhã e noite num período de vários meses.


Recentemente, experimentei uma resposta dramática e inesperada à oração persistente. Desde que me tornei um cristão na noite de 11 de setembro de 1965, tenho orado para que meus pais pudessem vir à fé em Cristo. Cada dia em minha hora devocional, cinco dias por semana, por mais de trinta anos, orei pela salvação deles — sem sucesso. Eles não eram hostis a Cristo; eles apenas pareciam não sentir nenhuma necessidade dele em suas vidas. Jan e eu tínhamos compartilhado o evangelho com eles diversas vezes e tentado viver vidas exemplares perante eles. Com frequência, falávamos do que Deus estava fazendo em nossas vidas, mas sem qualquer resposta positiva da parte deles. Constantemente, perguntava-me espantado por que Deus fez tão pouco para responder às minhas orações por eles. Eu orava para que ele trouxesse alguém ou alguma influência do evangelho na vida deles, mas nada de concreto acontecia. Imaginei que talvez Deus tenha pensado que já tinha feito alguma coisa, dando-lhes um filho e uma nora envolvidos na obra cristã. Mas eu desejava que Deus fizesse mais. Assim, continuamente orava, mas, francamente, sem muita esperança de, no final, ver uma resposta às minhas orações.


Há um ano, no último verão, Jan e eu estávamos visitando a casa de meus pais perto de Sedona, no Arizona, para onde eles haviam se mudado por causa do clima seco que era benéfico para o mal de Parkinson que meu pai enfrentava. Jan me disse: “Você tem que falar mais uma vez ao seu pai a respeito de receber Cristo, especialmente por causa do avanço da doença. Você pode não ter mais outra oportunidade”. Sabia que ela estava certa, mas meu coração realmente não acreditava. Parecia uma espécie de exercício inútil. Contudo, sentei-me com ele na sala de estar e, com certo senso de embaraço, disse: “Pai, você sabe, nós realmente não podemos estar certos de quanto tempo vai viver ainda. Você realmente precisa pensar a respeito do que acontece quando vai para a eternidade”. Sua resposta me arrasou: “Não penso realmente que haja uma evidência de vida além da morte”, disse ele. Fiquei perplexo! Ali estava um homem prestes a morrer de uma doença debilitante. Você poderia pensar que ele estivesse desesperado para se agarrar a qualquer coisa, que tivesse qualquer esperança de imortalidade, não importa quão implausível fosse! Ao contrário, ele falava a respeito de evidência! De um lado, devo confessar que senti uma espécie de relutante respeito por tal descrença. Ali estava, num certo sentido, a incredulidade com a integridade: ele não iria crer por causa do desespero. Ele queria evidência.


Por outro lado, também fiquei irado, porque ele nunca tinha se importado em procurar evidência quando era capaz de fazer isso, e, agora, estava tão limitado em suas capacidades que não podia sequer investigar a evidência”. Então, disse: “Pai, sou talvez um dos mais importantes especialistas do mundo sobre a historicidade da ressurreição de Jesus. Tenho estudado o assunto há anos, e você conhece os livros que escrevi sobre o assunto. Sua ressurreição dentre os mortos é a evidência da vida além da sepultura e a base para a esperança cristã na vida eterna. Digo-lhe, como um especialista, que a evidência histórica para a ressurreição de Jesus é muito boa. Infelizmente, você está muito doente agora para olhar essa evidência por si mesmo. No entanto, para você se aproximar de Cristo, é preciso dar dois passos de fé. Primeiro de tudo, você terá de confiar em Cristo; segundo, você terá de confiar em mim”.


Ele disse que iria pensar, e o deixamos. Pensei comigo que a reação seria a mesma de sempre. Então, algumas semanas mais tarde, Jan e eu recebemos um telefonema em nossa casa, em Atlanta. Era minha mãe. “Seu pai tem pensado no que você lhe disse”, disse ela, “ele está pronto para tomar aquela decisão”. Fiquei tão atônito que você poderia me derrubar com um mero sopro! Não podia crer que tinha ouvido aquilo. Todos aqueles anos de oração por exatamente isso, e poderia agora realmente ser verdade? Não parecia ser possível; era irreal! Mas lhe explicamos que, numa página específica de um de meus livros que eles tinham, havia uma oração em que se fazia um convite para Cristo entrar na vida como Salvador e Senhor. Nós lhes ensinamos como orar essa oração e lhes pedimos que nos telefonassem de volta tão logo tivessem feito. Não podia crer que isso estava realmente acontecendo, mas no dia seguinte ela nos ligou. “Fizemos a oração juntos, como você disse. Isso levou certo tempo por causa da doença de Parkinson do seu pai”, explicou ela, “Mas já fizemos isso duas vezes. Queria apenas estar segura de que nós dois iríamos para o mesmo lugar”. 


Havia recebido a resposta maravilhosa às minhas persistentes orações. Também aprendi alguma coisa por meio daquela experiência. Percebi que havia crescido em meu coração uma raiz desconhecida de amargura em relação a Deus por causa de sua aparente falta de resposta às minhas orações pelos meus pais. Em todos aqueles anos parecia que ele não tinha feito nada. Mas, agora, vim apreciar o que eu, como um filósofo, tinha conhecido apenas intelectualmente por algum tempo: que Deus pode estar operando providencialmente, para cumprir seus propósitos, de uma forma que nós mesmos somos incapazes de detectar. Ele sabia o tempo todo a melhor resposta para as minhas orações, e eu tinha somente que ser paciente. Não desanime rapidamente em sua oração por alguma coisa. Mostre a Deus que você está falando sério. 


Estes, então, são alguns dos obstáculos à oração não respondida: pecado em nossa vida, motivos errados, fa lta de sinceridade, fa lta de perseverança. Se qualquer um desses obstáculos impede nossas orações, então não podemos reivindicar, com confiança, a promessa de Jesus: “E farei tudo o que pedirdes em meu nome” (Jo 14.13a).


Mas, naturalmente, esse não é o fim da história. Afinal, o que causa frustração em relação à oração não respondida diz respeito aos momentos em que nenhum dos obstáculos mencionados anteriormente parece impedir o caminho, e ainda assim Deus não atende ao nosso pedido. Podemos ter confessado todos os pecados conhecidos em nossa vida, orado com o desejo de glorificar a Deus, e orado com fé, com sinceridade e perseverança, e ainda assim Deus não responde como ele disse que ele faria. Na verdade, é exatamente quando todos esses elementos estão presentes que a experiência da oração não respondida é capaz de ser devastadora e desmoralizante. 


Contudo, há uma qualificação importante e final da promessa de Jesus que precisa ser feita: nosso pedido deve estar de acordo com a vontade de Deus. O apóstolo João deixa isso claro em ljoão 5.14-15: “E esta é a confiança que temos nele: se pedirmos alguma coisa segundo sua vontade, ele nos ouve. Se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que já alcançamos o que lhe temos pedido”. E bem possível que, algumas vezes, nossas orações não sejam respondidas, não por causa de alguma falta nossa, mas simplesmente porque Deus sabe melhor do que nós o que deve ser feito. A nossa perspectiva e a nossa sabedoria são limitadas, mas as de Deus são consideradas do ponto de vista de sua onisciência. Ele sabe, e nós não sabemos, por que algumas vezes é melhor não responder aos nossos pedidos.


Observe que João diz que nossa confiança é que, se nossas orações estão de acordo com a vontade de Deus, ele as responderá. Entretanto, deveríamos sempre temperar os nossos corações com a seguinte atitude: “se é da tua vontade”. Com muita frequência, ouvimos pessoas dizerem o seguinte a respeito da oração: a expressão “Se for da tua vontade” é uma espécie de pieguice, uma espécie de oração excessivamente tímida, que mostra uma falta de intrepidez diante de Deus. Não creio que a Escritura dê suporte a essa asserção. João diz que a nossa confiança não é que Deus responderá às nossas orações, mas que ele responderá às nossas orações que estão de acordo com a sua vontade. O nosso grau de confiança de que ele responderá às nossas orações é proporcional ao grau de confiança de que elas estão em conformidade com sua vontade. Se não estamos seguros de que nossos pedidos expressam sua vontade, é inteiramente apropriado dizer, “se for da tua vontade”. 


A justificação decisiva para esse modo de orar está no fato de que esse é o modo que Jesus orou. No Jardim do Getsêmani, ele pediu que Deus evitasse a crucificação, mas acrescentou: “todavia, não seja feita a minha vontade, mas a tua” (Lc 22.42). Pedir segundo a vontade de Deus é uma expressão de humildade e submissão a ele. E reconhecer que ele sabe melhor do que nós, e que nós queremos sua vontade mais do que queremos nossos pedidos. Quando Paulo orou para que Deus o curasse de seu espinho na carne, Deus declinou de seu pedido, dizendo: “A minha graça te é suficiente, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2Co 12.9a). A resposta de Paulo? “Por isso, de muito boa vontade me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que o poder de Cristo repouse sobre mim. Por isso, eu me contento nas fraquezas, nas ofensas, nas dificuldades, nas perseguições, nas angústias por causa de Cristo. Pois, quando sou fraco, então é que sou forte” (2Co 12.9b-10). Paulo queria ser curado, sim, mas ele queria, ainda mais, a vontade de Deus para sua vida. A nossa atitude deveria ser a mesma.


Se queremos que nossas orações sejam respondidas, devemos orar de acordo com a vontade de Deus. Mas como sabermos quais coisas representam sua vontade? Bem, talvez o melhor caminho para discernir isso é ler as orações da Bíblia para ver pelo que os grandes homens oravam. Creio que podemos ficar um pouco surpresos. Leia as orações de Paulo em suas epístolas. Por exemplo: 


  • para que Deus desse aos Efésios um espírito de sabedoria no conhecimento dele;

  • para que eles conhecessem a esperança para a qual eles haviam sido chamados; as riquezas da herança nos santos; a grandeza do poder de Deus;

  • para que eles fossem fortalecidos através do Espírito Santo na vida interior;

  • para que Cristo viesse morar em seus corações pela fé;

  • para que eles, sendo radicados em amor, tivessem a capacidade de conhecer o insondável amor de Cristo, de forma que eles pudessem ser cheios da plenitude de Deus. 


Em Filipenses, Paulo orou:

  • para que o amor dos filipenses aumentasse cada vez mais em conhecimento e em toda a percepção, para discernirem o que é melhor, a fim de serem puros e irrepreensíveis até o dia de Cristo, para glória e louvor de Deus. 


Em Colossenses, Paulo orou:

  • para que os colossenses fossem cheios do pleno conhecimento da vontade de Deus, com toda sabedoria e entendimento espiritual, e para que vivessem de maneira digna do Senhor e em tudo o agradassem, frutificando em toda boa obra, crescendo no conhecimento de Deus e sendo fortalecidos com todo o poder.


Nas cartas aos Tessalonicenses, Paulo pediu:

  • para que o Senhor fizesse os corações dos tessalonicenses aumentar e abundar em amor de uns para com os outros e para com todos os homens, de forma que eles fossem irrepreensíveis em santidade no retomo de Cristo;

  • para que o Senhor confortasse os seus corações e os firmasse em toda boa obra e ação.


E na carta a Filemon, Paulo orou:

  • para que o compartilhar da fé de Filemom promovesse o conhecimento de todo bem que é nosso em Cristo.


São essas as coisas pelas quais oramos? Por que não?


Suspeito que, com muita frequência, oramos simplesmente por coisas erradas. O que desejamos não é o que Deus deseja, e assim as nossas orações vão para o lado errado. As nossas orações serão respondidas somente quando os nossos desejos estiverem em harmonia com os desejos de Deus.


Agora, a essa altura, duas objeções poderiam ser levantadas. Primeiro, alguém poderia dizer que qualificamos tanto a promessa original de Jesus que nós a matamos por causa dessas demasiadas qualificações. Por isso, há uma enorme diferença entre dizer que “eu farei tudo o que vocês pedirem em meu nome” e “tudo o que vocês pedirem em meu nome, se vocês não tiverem nenhum pecado não confessado em suas vidas, se seus motivos forem puros, se tiverem fé, se forem sinceros e perseverantes nos seus pedidos, e, no topo de tudo, se essa é a vontade de Deus, então responderei”. Posso sentir a influência dessa objeção, mas, no final, não creio que ela permanecerá, porque tenho certeza de que, quando Jesus fez essa promessa original, ele naturalmente pressupôs as qualificações que listamos e concordaria com elas se pudéssemos lhe pedir isso hoje. Na verdade, como vimos, a maioria dessas qualificações vem de seus próprios ensinos. 


Com respeito às estipulações relativas à vontade de Deus, sua promessa geral não é incompatível com essa qualificação. Por exemplo, em ljoão 5.14, João especifica que a oração deveria ser feita de acordo com a vontade de Deus, mas, em parágrafos anteriores, faz uma promessa geral quase igual à que Jesus fez: “Amados, se o coração não nos condena, temos confiança para com Deus; e qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos, pois guardamos seus mandamentos e fazemos o que é agradável à sua vista” (IJo 3.21,22). Assim, no decorrer de uma única carta, João diz que, se as nossas vidas agradam a Deus, nós recebemos qualquer coisa que pedimos (3.21,22), e que, se pedimos qualquer coisa de acordo com sua vontade, nós recebemos o que pedimos (5.14). João não pensou que a qualificação de 5.14 anulasse a promessa feita em 3.21,22. Por que deveria Jesus ter pensado de modo diferente? 


Se pararmos para refletir sobre isso, chegaremos à conclusão de que seria uma receita desastrosa Deus simplesmente nos dar qualquer coisa que pedirmos. Afinal, nós sempre oraríamos para sermos libertos de qualquer sofrimento ou provação, mesmo sabendo pela Escritura que o sofrimento edifica o caráter, e a provação aperfeiçoa a nossa fé. Se Deus nos desse qualquer coisa que pedíssemos, nós seríamos imaturos, filhos mimados, e não homens e mulheres de Deus. Por outro lado, penso que as palavras de João também podem indicar que, quando nós guardamos os mandamentos de Cristo e crescemos à semelhança dele, as nossas vontades vêm a coincidir mais e mais com a vontade de Deus, de forma que podemos ter confiança de que receberemos o que pedirmos. Contudo, mesmo o homem santo mais parecido com Cristo, e mesmo o próprio Cristo, por causa de nossa perspectiva limitada, devem algumas vezes orar: “Não seja feita a minha vontade, mas a tua”.


A segunda objeção é dizer que, quando oramos “seja feita a tua vontade , a promessa de Jesus de responder às nossas orações se torna infalsificável. Em outras palavras, não há como saber se sua promessa é realmente verdadeira, porque toda vez que orarmos por alguma coisa e não a recebermos poderemos sempre dizer: “Não era vontade de Deus! Portanto, a promessa parece vazia. Contudo, essa objeção revela falta de entendimento sobre como sabemos que a nossa fé cristã é verdadeira. A nossa confiança na verdade do cristianismo em geral e na promessa de Jesus em particular não se baseia na evidência da oração respondida. A nossa confiança na verdade de nossa fé se baseia no testemunho do Espírito Santo, confirmado pela razão. A oração é uma das dimensões da vida de fé, não da apologética. A vida cristã é um andar pela fé, e é estritamente irrelevante saber se as promessas de Deus são falsificáveis ou não. A questão é a seguinte: nós pensamos que o cristianismo é verdadeiro (ou presumivelmente não nos teríamos tornado cristãos), e assim colocamos a nossa confiança nas promessas de Deus. Por consequência, essa objeção se fundamenta num entendimento errôneo acerca da base da fé cristã.


No entanto, se não há nenhuma objeção a esse entendimento acerca da oração e da vontade de Deus, há ainda aqui um perigo real, que tenho experimentado, ou seja, a timidez na oração. Isso significa que, por estarmos incertos acerca da vontade de Deus numa situação específica, não sabemos por que orar. Assim, ficamos temerosos de pedir a Deus alguma coisa, receando orar por algo fora de sua vontade. Se um amigo está doente, devemos orar para que Deus o cure ou para que Deus lhe dê coragem e fé em seu sofrimento? Se estamos desempregados, devemos orar por um emprego ou pela atitude de contentamento enquanto aprendemos a ser humilhados? Se alguém tem passado por uma provação, deveríamos orar por libertação ou por firmeza? Podemos ficar tão intimidados por não saber pelo que orar que cessamos de orar, o que certamente não é a vontade de Deus. O que deveríamos fazer?


Bem, louvado seja o Senhor, porque há um ministério do Espírito Santo especialmente apropriado para esse problema! Paulo dirige-se exatamente a esse problema em Romanos 8.26,27 — “Do mesmo modo, o Espírito nos socorre na fraqueza, pois não sabemos como devemos orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos que não se expressam com palavras. E aquele que sonda os corações sabe qual é a intenção do Espírito; ele intercede pelos santos, segundo a vontade de Deus”. Podemos não saber pelo que orar, mas o Espírito Santo toma as nossas orações e as traduz, em conformidade com a vontade de Deus diante do trono da graça. Com tal intercessor divino, podemos orar com intrepidez — mesmo dentro de nossa perspectiva limitada — e confiar que o Espírito Santo tem intercedido de acordo com a vontade de Deus. Portanto, seja intrépido em suas orações e, sem rodeios, peça a Deus por aquilo que você pensa ser o melhor, usando sua sabedoria e discernimento espirituais. Esse também foi o procedimento de Paulo. Com intrepidez, pediu a Deus para curá-lo. Com frequência, o apóstolo também pedia às igrejas para orarem por sua libertação de seus perseguidores, embora saibamos que, no final, a vontade Deus para Paulo era diferente. Ore de acordo com sua sabedoria e de acordo com o desejo do seu coração, e confie que o Espírito Santo intercede por você, de acordo com a vontade de Deus. 


Concluindo, creio que seja óbvio que essa discussão tenha enormes implicações práticas para a nossa vida. Afinal, embora tenhamos nos concentrado na oração não respondida — visto que se trata de um assunto problemático — fica claro, a partir da promessa de Jesus, que a oração não respondida deve ser a exceção, não a norma, de nossa vida de oração. Uma vez que o cristão permanece em Cristo, as respostas às suas orações deveriam ser a sua experiência regular. Ora, o que dizer a respeito da sua vida de oração? Você tem apenas prosseguido de qualquer forma na vida cristã, nunca vendo Deus realmente operar em resposta às suas orações? Quando foi a última vez que você moveu as mãos de Deus através da oração?


Se você não está satisfeito com a sua vida de oração, pode ser o tempo agora de fazer um inventário dos obstáculos às orações respondidas em sua vida. Qual é o pecado não confessado? Qual área de impureza de sua vida você tem racionalizado ou escondido de Deus? Que lugar do seu coração você ainda não abriu a Cristo nem entregou ao seu senhorio? Com egoísmo, você tem apenas orado por coisas que você possa usufruir em suas paixões? Ou você tem procurado realmente a glória de Deus? Você realmente acredita que Deus responde as suas orações? Ou você tem se tornado tão acostumado à falta de respostas que tem sido embalado numa letargia espiritual, em que não há nenhuma expectativa de resposta, e, por consequência, não tem recebido nenhuma resposta de Deus? Você realmente se preocupa se ele responde ou não? Você vai a Deus com um desejo ardente e intenso de obter respostas? Você ora uma vez e depois se esquece, ou você vem a Deus constantemente? Você luta com Deus, dizendo como Jacó, “não te deixarei ir se não me abençoares” (Gn 32.26b)? Em resumo, você ora porque isso é o que se espera dos cristãos, ou você fala sério com Deus?


Se você é sério em sua oração, deixe-me lhe fazer esta sugestão: separe algum tempo amanhã — ou mesmo hoje — , faça um inventário dos impedimentos à oração em sua vida. Arrependa-se, peça perdão a Deus e comece sob nova forma. Elabore uma lista de oração sobre pessoas específicas e coisas pelo que orar nos diferentes dias da semana, e, então, separe tempo para orar cada dia por elas. Seja específico e faça um check list em vermelho em cada pedido respondido. Quando você perceber Deus trabalhando, a sua fé aumentará à medida que você aprende a confiar nele mais e mais.


Se você já possui uma vida eficaz de oração, mas tem tido dificuldades com certas orações não respondidas, é preciso confiar em Deus para a sua perfeita vontade. Reflita sobre a sua onisciência e sua bondade. Se você lhe pedir pão, ele lhe dará uma pedra? (M t 7.9). Se você lhe pedir peixe, ele lhe dará um escorpião? (Lc 11.12). Deus lhe dará o que está decretado em sua vontade boa, perfeita e agradável. Nem sempre você vai conseguir o que pedir, mas Deus sabe melhor o que servirá para fazer o seu reino crescer. Você deve confiar nele para as suas respostas. A oração é um trabalho duro, mas as promessas da oração são grandes. Portanto, esforcemo-nos para nos agarrar a tais promessas.

 

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