segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Aborto, Declaração da Igreja Adventista do Sétimo Dia

Orientações

   Os adventistas desejam lidar com a questão do aborto de forma que revelem fé em Deus como Criador e Mantenedor de toda a vida e de maneira que reflitam a responsabilidade e a liberdade cristãs. Embora haja diferença de pensamento sobre o aborto entre os adventistas, o texto abaixo representa uma tentativa de prover orientações quanto a uma série de princípios e temas. As orientações estão fundamentadas nos amplos princípios bíblicos, apresentados para o estudo no final deste documento (Foi postado ontem no Blog, clique aqui para visualizar).

   1. O ideal de Deus para os seres humanos atesta a santidade da vida humana, criada à imagem de Deus, e exige respeito pela vida pré-natal. Contudo, as decisões sobre a vida devem ser feitas no contexto de um mundo caído. O aborto nunca é um ato de pequenas consequências morais. Assim, a vida pré-natal nunca deve ser irrefletidamente destruída. O aborto somente deveria ser praticado por motivos muito sérios.

   2. O aborto é um dos trágicos dilemas da degradação humana. As atitudes condenatórias são impróprias para os que aceitaram o evangelho. Os cristãos são comissionados a se tornar uma comunidade de fé amorosa e carinhosa, auxiliando as pessoas em crise ao considerarem alternativas.

   3. De forma prática e tangível, a igreja, como comunidade de apoio, deve expressar seu compromisso de valorizar a vida humana. Isso deve incluir:
     a. O fortalecimento do relacionamento familiar.
     b. Instrução de ambos os sexos quanto aos princípios cristãos da sexualidade humana.
     c. Ênfase na responsabilidade do homem e da mulher no planejamento familiar.
   d. Apelo a ambos para que sejam responsáveis pelas consequências dos comportamentos incoerentes com os princípios cristãos.
     e. Criação de um clima seguro para o desenvolvimento de discussões sobre as questões morais associadas ao aborto.
     f. Apoio e assistência a mulheres que decidiram seguir com uma gravidez problemática.
     g. Incentivo e ajuda para que o pai participe com responsabilidade na tarefa de cuidar dos seus filhos.

   A igreja deve também se comprometer a mitigar os lamentáveis fatores sociais, econômicos  psicológicos que possam levar ao aborto e a cuidar de forma redentiva dos que sofrem as consequências de decisões individuais nesta área.

   4. A igreja não deve servir como consequência para os indivíduos; contudo ela deve oferecer orientação moral. O aborto por motivo de controle natalício, escolha do sexo ou conveniência não é aprovado pela igreja. Contudo, mulheres, às vezes, podem deparar-se com circunstâncias excepcionais que apresentam graves dilemas morais ou médicos, como: ameaça significativa à vida da mulher gestante, sérios riscos a sua saúde, defeitos congênitos graves cuidadosamente diagnosticados e gravidez resultante de estupro ou incesto. A decisão final quanto a interromper ou não a gravidez deve ser feita pela mulher grávida após o devido aconselhamento. Ela deve ser auxiliada em sua decisão por meio de informação precisa, princípios bíblicos e a orientação do Espírito Santo. Por outro lado, essa decisão é melhor tomada dentro de um contexto saudável de relacionamento familiar.

   5. Os cristãos reconhecem que sua primeira e principal responsabilidade é para com Deus. Buscam o equilíbrio entre o exercício da liberdade e sua responsabilidade para com a comunidade de fé, a sociedade como um todo e suas leis. Eles fazem suas escolhas em conformidade com as Escrituras e as leis de Deus em vez de com as normas da sociedade. Assim, qualquer tentativa de obrigar a mulher, quer manter ou interromper a gravidez, deve ser rejeitada como violação à liberdade pessoal.

   6. As instruções da igreja devem receber orientações para desenvolver suas próprias normas institucionais em harmonia com este documento. Pessoas que tenham objeções éticas ou religiosas ao aborto não deveriam ser solicitadas a participarem do mesmo.


   7. Os membros da igreja devem ser incentivados  a participar no desenvolvimento das considerações de suas responsabilidades morais com respeito ao aborto à luz do ensino das Escrituras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário