Pesquisas no mundo todo sobre o uso
medicinal de células-tronco estão sendo realizadas sem nenhum critério moral,
na verdade, creio eu, criando uma grande imoralidade. O homem passou a brincas
de ser Deus.
Primeiramente gostaria de responder a
principal crítica que é espalhada por ai contra as pessoas que são a favor da
vida. Religião não deve interferir na ciência. Claro que isso vem de
cientistas ateus, ou pessoas preocupadas primeiramente em ganhar uma boa grana
com suas pesquisas, nem que tenham que fazer um longo caminho pela imoralidade.
Ciência em si é desprovida do sentido de
certo ou errado, moral ou imoral. Ciência em si é amoral, sem bem ou mau, sem
certo ou errado, sem justo ou injusto. Ciência é a busca de conhecimento, se o
procedimento para isso é moral ou não, não cabe à ciência julgar.
Por outro lado, religião é um divisor entre
o certo e o errado, assim como muitas linhas da filosofia também o são. Por
isso, creio eu, a religião e a filosofia devem entrar no campo da ciência, não
para dizer o que pesquisar ou não, mas para por limites na maneira de conduzir
uma pesquisa.
Pesquisa de célula-tronco não deve ficar de
fora dessa discussão, deve ser observada e com muita atenção, pois ela esta
avançando cada dia mais onde imaginamos que não existe espaço na justiça para
tal prática. Por exemplo, em 2004, em Nova Jersey, a lei S-1.909, assinada pelo
governador James McGreevey, proibindo a clonagem humana (pelo menos dessa
maneira que chegou ao público), é a lei mais permissiva para pesquisadores de
célula-tronco.
Como assim?! Ela proíbe o nascimento vivo de seres humanos
clonados, o que na cabeça da maioria também significaria que é proibido
gera-los, mas não, a lei não fala nada sobre a sua criação para pesquisas destrutivas. Assim outras leis
“anticlonagens” são elaboradas dia a dia mundo a fora.
Além disso, cientistas parecem querer fazer
uma grande confusão na mente das pessoas dizendo que vida humana não é vida
humana e que clonagem não é clonagem, por exemplo, uma citação de Michael
Gazzaniga, diretor do Centro de Neurociência de Dartmouth e (pasmem) membro do
Coselho Presidencial de Bioética. Essa citação foi extraída no New York Times, fevereiro de 2006, como
uma respostas as declarações de George Bush sobre clonagem.
“Chamar a clonagem humana em todas as suas
formas de ‘abuso flagrante’ é uma descaracterização grave. Soa como se a
comunidade médica estivesse clonando pessoas, o que não é verdade. A frase ‘em
todas suas formas’ é um código, uma forma de confundir coisas muito diferentes:
clonagem reprodutiva e clonagem biomédica.”
No meu post anterior, “Aborto, a polêmica”,
eu dei bons motivos para considerar um embrião um ser humano, ou melhor, um
embrião humano é uma vida humana. Clonar embriões humanos para matar e retirar
células-tronco, na minha opinião, é ainda pior do que permitir que clones
humanos possam viver. Além disso, clonagem reprodutiva e clonagem biomédica
resulta no mesmo tipo de vida, a humana. Mas parece que cientistas preferem
ignorar isso.
Gazzinga ainda vai mais longe no seu artigo
“All Clones Are Not the Same” ao
dizer:
“Olhe ao redor. Olhe para seus entes
queridos. Você vê um grande bloco de células ou vê algo mais? (...) Não vemos
células, simples ou complexas, vemos pessoas, a vida humana. Aquilo em uma
placa de Petri é outra coisa. Ainda não tem memória, amores e esperanças que se
acumulam ao longo dos anos.”
Veja que para um cientista ele apela para um
padrão moral próprio, onde matar um embrião em um vidro Petri é bem deferente
de matar um ser humano adulto. Ele não
esta fazendo nada mais do que colocando suas crenças no papel, mas se eu coloco
as minhas sou um fundamentalista, mas ele não esta sendo também um
fundamentalista em um ponto de vista oposto ao meu?
Ele esta argumentando aqui, que nós seres
humanos passamos a existir somente depois que nosso corpo já existia, ou seja,
aquele embrião que estava na barriga da sua mãe e que um dia gerou você, ele
não era você, era apenas um amontoado de células. O que eu estou dizendo é que
eu já estive vivo em uma forma de embrião, e quando olho as pessoas a minha
volta, com suas memórias, amores e esperança, sei que todas elas um dia foram
um simples embrião.
O que difere o valor da minha vida em
relação as que estão em uma placa de vidro é que eu tive oportunidade de me
desenvolver, biologicamente, emocionalmente e mentalmente.
Desculpem se você não concorda com a minha argumentação até aqui, mas eu
sou um defensor da vida humana e não é nosso papel, como iguais, julgar quem
vive e quem morre.
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