O tema tem causado muita polêmica e voltou à tona com uma reportagem do Fantástico e com uma sequencia de
reportagens que saíram semana passada sobre uma clínica de aborto em Porto
Alegre, onde mais de 5.000 abortos foram realizados.
A clínica em questão ficava em um bairro
nobre da capital gaúcha e cobrava pelo crime exatos 5.000 reais, e tinham em
média cinco “clientes” por dia. Apesar de toda a aparência da clínica, nenhum
médico foi preso, pego ou teve algum tipo de ligação na falsa clínica, pessoas
não preparadas que tomavam conta da situação.
Sempre que sai uma reportagem dessa então se
abre uma nova etapa para discutir a legalidade do aborto. Afinal mulheres
colocam suas vidas em risco em procedimentos nada seguros, e elas, donas dos
seus preciosos corpos, deveriam ter o direito de escolher ser mão ou não. Pelo
menos é isso que se ouve por ai.
Quem acompanha o blog sabe que sou cristão e
tenho uma posição bem definida sobre o tema. E de fato, como todo cristão,
tenho mesmo. Afinal Deus criou o homem a Sua imagem e semelhança (Gênesis
1:23), mostrando que somos a obra prima da criação, além disso deixou claro na
sua lei que não devemos matar (Êxodo 20:13). Por que? Somos caros para Deus,
que deu Seu Filho por nós (João 3:16). Você pode saber mais sobre minha posição cristã lendo aqui.
Então vem um militante pró-aborto e diz após
ouvir minha breve explicação sobre o porquê sou contra o aborto e chama de
fundamentalista. Bem prefiro ter fundamentos sobre minhas posições a ficar
nessa filosofia barata pós-moderna de que tem que ter a mente aberta e aceitar
as mudanças do século XXI.
Mas posso dar excelentes motivos para ser
contra o aborto sem pegar a Bíblia. E é isso que eu pretendo fazer a partir de
agora.
Cientificamente o resultado da fecundação é
o surgimento de uma nova vida. Claro que não completamente desenvolvida, mas
uma nova vida, e no caso de uma mulher estamos falando de uma vida humana.
Afinal todos nós por um momento fomos seres unicelulares.
Filosoficamente falando, essa nova vida deve
ser tão respeita, ou ainda mais, por ser um humano e indefeso. Mas os
defensores do aborto alegam que existem grandes diferenças. Os argumentos giram
em torno de quatro pontos: tamanho, local, desenvolvimento e grau de
dependência. Mas será que ele realmente difere do resto de nós?
Tamanho:
Sim, um embrião é muito menor do que um ser humano, mas tamanho não quer dizer
nada. O mundo não é dominado pelos altos e os baixinhos têm tantos direitos
quanto os grandões. Só por causa do tamanho não seria um bom motivo para o
aborto.
Local:
Dizer que a vida é menos valiosa enquanto esta nas trompas em vez do útero é
besteira. Seria como dizer que você é menos valioso (a) no quarto do que no
escritório. Ou que um assassino tem pena menor quando mata alguém dormindo
(literalmente vegetamos nesse caso) do que quando esta acordado.
Desenvolvimento:
Sim, embriões são de fato menos desenvolvidos que bebês, mas os bebês também
são menos desenvolvidos que crianças, que são menos desenvolvidas que
adolescentes, que são também menos desenvolvidos que um adulto. Mas todos nós
concordamos que cometer um crime contra uma criança é pior do que um adulto,
mesmo que ela seja menos desenvolvida.
Dependência:
Já ouvi comparação de um processo de gestação com um tipo de parasitismo, o que
é absurdo. Um embrião não é um parasita, mas sim um dependente da mãe que o
carrega no ventre, mas isso não o torna menos valioso. Veja o mundo a sua
volta, quantos diabéticos você conhecem que dependem de insulina para viver?
Pessoas com falência nos rins que dependem da hemodiálise para sobreviver? Mas
nós não eliminamos os dependentes, na verdade lutamos por eles e historicamente
desenvolvemos medicamentos ou equipamentos para que essas pessoas tenham as
melhores condições de vida. Diferente dos doentes, o embrião depende
temporariamente, assim como um bebê também depende da mãe para se alimentar.
São processos que todos nós passamos para chegar onde estamos.
Não quero me demorar muito neste post, mas
quero que vocês percebam este ultimo argumento.
Vamos supor que você tenha uma amiga, ela
esta casada já a alguns anos e decidiu se tornar mãe. Então ela passa por
enjoos e náuseas constantes e insiste em tomar talidomida. Ela então é
instruída pelo seu médico dos grandes defeitos que isso pode causar ao seu
bebê, mas ela diz que o feto não tem direito sobre o seu corpo e mantém o
medicamento. Com resultado disso seu filho acaba nascendo sem os braços.
Você acha que a mulher fez algo errado? Será
que a autonomia do seu próprio corpo justifica o ato da mulher? Afinal, o feto
é apenas um convidado especial.
Se você acha isso errado, mas é a favor do
aborto, você é uma pessoa ilógica, pois ferir o nascituro é errado, mas mata-lo
através de um aborto eletivo esta tudo certo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário